Liderado por Ulysses Moraes, partido projeta a maior bancada na Assembleia e se coloca como "fiel da balança" nas disputas majoritárias em Mato Grosso
Por Samir Machado
A adesão do deputado estadual Max Russi ao Podemos não é apenas uma troca de partido, mas um movimento que impulsiona a legenda para o centro do tabuleiro político de Mato Grosso, reconfigurando as forças para as eleições de 2026. Com a nova filiação, o partido ganha peso no interior e na articulação legislativa, e já anuncia uma meta ambiciosa que pode desequilibrar a formação da próxima Assembleia Legislativa (ALMT).
A Projeção Ousada: A Maior Bancada do Estado
Sob o comando do ex-deputado federal Ulysses Moraes, o Podemos projeta eleger pelo menos seis deputados estaduais em 2026. Se concretizada, esta seria a maior bancada da ALMT, conferindo à sigla um poder inédito no estado.
A estratégia para alcançar essa marca se baseia em dois pilares:
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O Poder de Voto de Max Russi: A força política de Russi, atual presidente da Assembleia, é o motor da chapa, servindo de âncora para puxar votos e atrair outros candidatos competitivos.
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Foco na Renovação: O presidente Ulysses Moraes tem sido enfático ao limitar a chapa a um número reduzido de deputados com mandato. A intenção é abrir espaço para novos nomes e lideranças regionais, atendendo a uma demanda por renovação sentida pela sociedade.
“Estamos com uma chapa competitiva, representativa e sem favoritismo. Limitamos a três o número de deputados com mandato justamente para abrir espaço à renovação. A sociedade pede novos nomes, e é isso que estamos oferecendo. Acredito que faremos a maior bancada do estado,” afirmou Ulysses Moraes.
Além de Max Russi, o Podemos articula a filiação de outros parlamentares de mandato, como Beto Dois a Um e Fábio Tardin, o que reforçaria significativamente o potencial de votos da chapa para atingir o quociente eleitoral.
O Desafio do Quociente e a Articulação de Russi
Os planos do Podemos enfrentam um desafio técnico significativo: o aumento do quociente eleitoral. Analistas políticos estimam que o número mínimo de votos para eleger um deputado estadual em 2026 pode se aproximar de 82 mil votos.
Esse aumento exige que as chapas sejam extremamente coesas e fortes para evitar que votos sejam desperdiçados e que as cadeiras acabem sendo distribuídas para partidos com maior concentração de votos. A capacidade de articulação e a experiência eleitoral de Max Russi tornam-se, neste cenário, um ativo valioso para garantir a distribuição eficiente dos votos e a eleição dos nomes menos conhecidos.
Podemos como "Fiel da Balança" na Majoritária
O fortalecimento do Podemos na Assembleia tem um reflexo direto no cenário da disputa majoritária (Governo e Senado). O partido não apenas busca aumentar sua representação legislativa, mas também almeja uma vaga na chapa majoritária, posicionando-se como um ator decisivo no arranjo de alianças.
Com potencial para se tornar o principal articulador da maior bancada da ALMT, o Podemos será o "fiel da balança" que pode determinar o apoio a candidaturas ao Governo e ao Senado. Max Russi, em particular, tem adotado uma postura estratégica:
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Ele mantém seu apoio à gestão do atual governador Mauro Mendes, garantindo alinhamento até o fim do mandato.
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No entanto, o deputado adia a decisão sobre apoiar Otaviano Pivetta ou Wellington Fagundes na corrida para o Governo, indicando que as conversas eleitorais só ocorrerão efetivamente em 2026.
Essa cautela permite que o Podemos negocie seu apoio com maior poder de barganha, garantindo que as propostas e o espaço da sigla sejam priorizados na formação das grandes coligações.
O Podemos, impulsionado por Max Russi, se estabelece assim como um polo de atração e um centro de poder que não pode ser ignorado, prometendo uma das eleições mais disputadas e estratégicas dos últimos anos em Mato Grosso.






