O seminário que começou nesta quarta e segue até sexta-feira (06.12), no auditório do Paiaguás Palace Hotel, em Cuiabá
A falta de conhecimento sobre o conceito de Trabalho Escravo Contemporâneo na sociedade moderna está entre os principais desafios do Conselho Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae-MT) no combate a esse tipo de crime em Mato Grosso.
Por isso, o tema está sendo debatido em um seminário que começou nesta quarta e segue até sexta-feira (06.11), no auditório do Paiaguás Palace Hotel, em Cuiabá.
No primeiro dia do evento, a comissão lançou o livro da “Coetrae-MT” com um relatório dos últimos 15 anos de atuação no combate ao trabalho escravo contemporâneo em Mato Grosso. A obra trouxe que, neste período, 1.527 pessoas foram resgatadas em condições análogas à escravidão.
Diante desse cenário, a presidente do Coetrae-MT, Márcia Ourives, considera que a modernização moldou a prática desse crime e que as instituições públicas também precisam acompanhar essa evolução, garantindo os direitos dos trabalhadores e condições adequadas de trabalho.
“Parece contraditório a existência de trabalho escravo em pleno século XXI, mas essa realidade é muito mais comum do que pensamos. Momentos de discussão como este evento, são importantíssimos para despertar a consciência e trazer à tona esse tema tão caro para todos”, destacou.
“Cada estado possui sua particularidade no que diz respeito ao tipo de trabalho que as vítimas são encontradas. Em Mato Grosso, a maior parte das vítimas foi encontrada trabalhando na expansão da pecuária, cerca de 70% estão em fazendas, as demais são na agricultura”, detalhou.
Ele ainda alertou que os casos de trabalho análogo à de escravo nas cidades estão crescendo. As vítimas são encontradas em construção civil, fábricas e até no meio doméstico. No estado, foram encontrados três casos de trabalho escravo urbano de trabalhadores domésticos nos últimos anos.
O vice-presidente da Comissão, Lauro Benedito Siqueira, lembrou que o tema precisa ser levado e debatido em diferentes públicos sociais, desde a sociedade civil até autoridades públicas que devem ser conscientizadas sobre esse tipo de crime.
“Nós precisamos atingir a academia de direito e conscientizá-los sobre esse conceito desse crime. Também é necessário levar esse conhecimento para as escolas para que as crianças cresçam entendendo esse conceito, pois os pais até podem estar passando por isso, porém não sabem que é crime”, explicou.
Nesta quinta-feira (06.12), os temas debatidos no seminário foram foi ao Trabalho Escravo Contemporâneo no Âmbito das Cadeias Produtivas, em Exploração Sexual, no Meio Doméstico e os Novos Meios de Combate ao Trabalho Escravo Contemporâneo.